Cantor, compositor e produtor, Holynn se consolida como um dos nomes em ascensão no cenário alternativo coreano.

Com uma trajetória marcada por versatilidade, sensibilidade e domínio técnico, Holynn (홀린) vem se destacando como uma das vozes mais promissoras da nova geração do R&B sul-coreano. Integrante do coletivo MKSM Universe, liderado pelo renomado produtor Minit, o artista representa a expansão contemporânea do K-R&B, um movimento que, embora ainda não ocupe o mainstream, conquista cada vez mais espaço entre ouvintes que buscam autenticidade e profundidade emocional.
Holynn estreou em 2020 com o single “Get Away”, em colaboração com o rapper Kim Seung-min. Desde então, construiu um catálogo consistente com faixas como “Day Off”, “Truly” e “I Wish”, lançadas pelo selo Undefined Entertainment (UNDFND). Sua sonoridade une arranjos minimalistas, vocais precisos e letras diretas, criando uma identidade que se destaca pela honestidade e pela capacidade de traduzir vulnerabilidades em música.
Além de sua carreira solo, ele também atua como compositor e produtor para artistas consagrados do K-pop, incluindo CHEN (EXO), JAY B (GOT7) e Highlight, ampliando sua influência e presença no mercado musical sul-coreano. Seu trabalho vem ganhando destaque em plataformas como Melon e Spotify, impulsionado também por transmissões ao vivo frequentes no TikTok, onde o artista mantém contato direto com os fãs.
Entre a vulnerabilidade e o refinamento: a visão artística de Holynn
Em entrevista, Holynn contou que a música entrou em sua vida como um destino inesperado.
Embora fosse um estudante exemplar, foi em um karaokê com amigos no ensino médio que percebeu seu talento vocal, e, sem hesitação, decidiu seguir esse caminho.
“Eu sempre gostei de cantar e dançar, mas só naquele momento percebi que música era realmente o que eu queria fazer”, relembra.
Curiosamente, o artista não planejava compor ou produzir quando estudava música contemporânea na universidade. Era vocalista e imaginava que receberia canções prontas. Mas ao ingressar no mercado, percebeu a necessidade de criar seu próprio som e começou a aprender sozinho, com a ajuda de amigos, a gravar, fazer topline e, depois, produzir. Esse processo moldou o Holynn multifacetado de hoje.
Ao refletir sobre seu momento atual, ele afirma que se identifica mais como cantor e compositor do que como produtor.
“Às vezes preciso equilibrar esses dois lados, mas no fundo, eu me vejo antes de tudo como artista.”
Música como espelho emocional
Holynn explica que sua música sempre nasce de estados internos complexos, e que transformá-los em arte é, ao mesmo tempo, terapêutico e desafiador.
Segundo ele, a emoção mais difícil de expressar é justamente a felicidade plena:
“Não lembro de já ter criado algo a partir de um lugar onde tudo estava perfeito. Talvez porque minha vida nunca tenha sido perfeita assim”, brinca.
O artista também comenta sobre seu hábito de “pensar demais”, algo que ele mesmo ironiza nas redes sociais. Essa autopercepção, diz, é essencial para o processo criativo, desde que não o paralise:
“Se esse excesso começa a atrapalhar o que quero transformar em realidade, aí se torna prejudicial.”
Seu single “Overthinker”, lançado recentemente, reflete exatamente esse sentimento. Ver tantas pessoas se identificando com a faixa, para ele, foi emocionante:
“Foi como pensar: ‘Somos todos iguais. O que eu sinto, vocês sentem também.’”
Uma nova fase: profundidade, identidade e futuro
Holynn revela que a faixa-título de seu próximo EP, com lançamento marcado para 8 de dezembro, carrega mais significado do que parece.
Embora soe leve à primeira vista, a música fala sobre a dor do mundo atual e sobre como ele espera oferecer conforto a quem a ouvir.
Sobre o cenário do R&B na Coreia do Sul, o artista é sincero: o gênero, em sua essência mais profunda, ainda não é mainstream. “Talvez… o próximo nome grande do R&B possa ser eu?”, diz entre risos, mas com a confiança de quem sabe que está construindo algo sólido.
Entre seus sonhos, um se destaca: colaborar com Pharrell Williams, um objetivo que ele afirma acreditar que um dia se tornará realidade.
No dia a dia, hábitos simples também alimentam sua criatividade: até um pequeno treino físico já é suficiente para “fazer o cérebro funcionar”.
E, embora muitos artistas sintam vontade de revisitar suas obras antigas, Holynn prefere manter cada música como registro do que era no momento em que a criou: “Reescrever uma música antiga seria como reescrever uma página do meu diário”.
O que vem aí
Com o terceiro EP prestes a ser lançado, acompanhado de um clipe que ele descreve como “ousado”, Holynn afirma estar vivendo sua fase mais completa até agora:
“Acho que este é o projeto mais inteiro que já fiz. Espero que todos esperem por ele com carinho.”
Pronto para uma nova etapa, o artista promete ainda mais atividade, mais música e uma identidade artística cada vez mais refinada, ou, como ele mesmo define em três palavras inéditas: “refined-raw”, “frostwarm” e “not-so-epic”.




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